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Jaílce Andrade

A guerra política entre direita e esquerda paralisa o Brasil quem paga a conta é o povo!

 

O Brasil vive uma guerra política que parece não ter fim. Entre ataques ideológicos, disputas de narrativas e tentativas constantes de desqualificar o adversário, direita e esquerda travam uma batalha que ultrapassa os limites do debate democrático. O que deveria ser um espaço de construção coletiva para melhorar a vida dos brasileiros se transformou em um verdadeiro campo de guerra. E, enquanto isso, o país para.

O Congresso Nacional e o Senado Federal, casas que deveriam ser o motor das transformações sociais, econômicas e estruturais do país, estão estagnados. Pautas fundamentais estão sendo deixadas de lado, engavetadas ou tratadas com total descaso porque os esforços estão voltados para brigas políticas, interesses pessoais e disputas de poder.

Reformas estruturantes como a tributária e a administrativa seguem em compasso de espera. Projetos que poderiam destravar a economia, gerar empregos, melhorar os serviços públicos e garantir mais justiça fiscal continuam emperrados. Outras pautas fundamentais — como o fortalecimento do SUS, políticas para o enfrentamento da fome, do desemprego, a crise climática, o desmatamento ilegal e os investimentos em educação básica e habitação popular — estão sendo esquecidas em meio à disputa política.

Projetos parados: o retrato da negligência

Entre os projetos travados nas Casas Legislativas, destacam-se:
    •    PL 2630/2020 (Lei das Fake News): que combate a desinformação online e protege a democracia.
    •    PL 3643/2019: amplia a doação de órgãos e pode salvar milhares de vidas.
    •    PEC 32/2019 (Reforma Administrativa): visa melhorar a eficiência do serviço público.
    •    PLP 41/2019: trata da avaliação de incentivos fiscais e maior transparência com recursos públicos.
    •    PLP 234/2024 (Lei de Incentivo ao Esporte): promove inclusão social e desenvolvimento humano.
    •    Projetos ambientais como o PL 3.334/2023 e PL 364/2019, que colocam em risco a preservação da Amazônia e outras áreas estratégicas.
    •    PEC 45/2023 (PEC das Drogas): com impacto direto na política criminal e saúde pública.

Esses projetos — e tantos outros — estão paralisados não por falta de urgência, mas por falta de foco e compromisso com o que realmente importa.

Interferência externa e a fragilidade da soberania nacional

Além da paralisia legislativa, o país enfrenta um cenário delicado de interferências externas nos rumos da Justiça brasileira, o que compromete diretamente nossa soberania nacional. A atuação de entidades, governos e organizações internacionais tentando influenciar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e de cortes inferiores levanta um sinal de alerta sobre até que ponto o Brasil está conseguindo manter sua independência institucional.

Essa interferência externa afeta a credibilidade do sistema de justiça, fragiliza a confiança da população nas instituições e abre espaço para insegurança jurídica. O resultado disso é direto na economia: investidores recuam, o país perde competitividade, o risco-Brasil aumenta e o crescimento econômico é comprometido.

Empresários e empreendedores hesitam em expandir ou iniciar novos negócios em um ambiente onde as regras mudam ao sabor de interesses externos ou de pressões político-ideológicas. Enquanto isso, milhões de brasileiros seguem na informalidade, à margem do sistema produtivo.

Qual o valor do nosso voto?

O povo, que enfrenta o desemprego, o alto custo de vida, a precariedade nos serviços públicos e a insegurança, observa esse espetáculo com indignação. Afinal, onde estão os representantes eleitos para defender os interesses da população? O que estão fazendo, na prática, para melhorar a vida do cidadão comum?

A democracia pressupõe o embate de ideias, mas também exige responsabilidade, compromisso e trabalho. O voto, instrumento sagrado da democracia, não pode ser reduzido a um passaporte para o conforto político e o jogo de interesses. É preciso que a sociedade brasileira questione, cobre, fiscalize e exija mais de seus representantes.

Porque enquanto direita e esquerda travam uma guerra de vaidades, o Brasil sangra — e quem sofre é o povo.

Por: Jaílce Andrade

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