A noite de 25 de setembro de 2025 marcou para sempre a vida da família da bióloga brasileira Flávia Vasconcelos de Mello, de 36 anos. A cientista foi atropelada enquanto atravessava uma passadeira (faixa de pedestres) na freguesia do Lumiar, em Lisboa, e não resistiu aos ferimentos. A tragédia deixou em luto familiares, amigos e colegas de pesquisa, que agora se mobilizam para levar o corpo de volta ao Brasil.
Carreira dedicada à ciência
Formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Flávia era doutora em Ecologia e estava em Lisboa desde 2022, onde realizava um pós-doutorado no Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE). Apaixonada pela vida marinha, sua pesquisa tinha foco na conservação de ecossistemas costeiros e marinhos.
Em nota, o MARE lamentou profundamente a perda e destacou “a dedicação, a competência e o espírito colaborativo” da jovem pesquisadora, que deixará um legado científico e humano.
Um futuro interrompido
Nos dias que antecederam o acidente, Flávia esteve de férias com o namorado na Costa Vicentina e também viajou aos Açores, dois dos destinos que mais gostava em Portugal. Nas redes sociais, havia publicado recentemente uma mensagem com a frase “Viver tá imperdível”, que hoje comove amigos e seguidores.
Colegas lembram dela como uma profissional brilhante, generosa e sempre disposta a ajudar. “Ela tinha o raro talento de unir ciência e humanidade. Vai fazer muita falta”, disse um amigo próximo.
Família busca trazer corpo ao Brasil
A notícia da morte mobilizou parentes e amigos no Brasil e em Portugal. Para arcar com os altos custos do traslado internacional do corpo e das passagens aéreas da família, foi criada uma vaquinha online, que já arrecadou mais de R$ 120 mil.
Segundo os organizadores, o valor será usado para o transporte do corpo, taxas consulares e para que os pais e irmãs de Flávia possam acompanhar o processo. Ainda não há data confirmada para a chegada do corpo ao Brasil, pois a liberação depende de trâmites legais entre os dois países.
Debate sobre segurança viária
O acidente reacende discussões sobre a segurança de pedestres em grandes cidades. Mesmo atravessando na passadeira, onde a prioridade deveria ser do pedestre, Flávia foi atingida. Especialistas lembram que, em Lisboa, atropelamentos em faixas ainda são frequentes, e em capitais brasileiras a realidade não é diferente.
O caso reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes de prevenção e de maior conscientização de motoristas.
Uma despedida precoce
A morte de Flávia Vasconcelos não representa apenas a perda de uma filha, irmã e amiga, mas também de uma cientista promissora, que dedicava a vida a compreender e proteger a natureza. A jovem pesquisadora é lembrada por todos como alguém que enxergava a vida com entusiasmo e que tinha muitos sonhos pela frente.
Enquanto a família luta para trazê-la de volta ao Brasil, amigos seguem mobilizados para manter viva sua memória — e sua paixão pela ciência
Comentários (0)
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Comentar