Recebi uma ligação telefônica, um convite para participar de um “bolão”. Os participantes deveram opinar obre um nome governista e um da oposição para concorrer ao cargo de prefeito e vice-prefeito. O acerto em cada candidato majoritário vale 3 pontos e no vice um ponto. Valor da aposta R$ 100,00.
Aceito a brincadeira e me preparo para opinar. Ao verificar a opções (os memos dos últimos 30 anos), evidenciado até então no tabuleiro, uma melancolia invade o peito ao constatar a responsabilidade social que assistimos nos últimos anos pela ausência de uma mobilização capaz de redirecionar o poder municipal para atender (ou ao menos fomentar) as principais necessidades da população. Camaçari apresenta um quadro de 23% da população desempregada e/ou subempregada, 18,4% em condições de fazer a refeições diárias, 14% com moradia precárias, 36% de analfabetismo funcional. Isso em uma cidade com 299 mil habitantes, PIB de mais de 25 milhões e PIB per capta de mais de 84 mil (IBGE). O modelo oligárquico mantido até então não deu certo. Muitos trabalhos foram realizados no sentido da infraestrutura urbana da cidade, sem, contudo, observar as necessidades básicas da população. São homens, mulheres, crianças descalças pisando em asfalto, a barriga vazia, sem energia para subir num balanço instalados nas praças.
Na dificuldade, consultei algumas pessoas e a apreensão se expandiu. Chamaram a atenção para o cenário futuro que se avizinha. O governo federal acena com a incorporação dos partidos de direita (PP, UB, PL) nos ministérios. Assim os simpatizantes governistas incorporados (e municiados) nos diversos grupos da rede social, que até março de 2023 defendiam o ex-presidente Messias, passaram a centralizar críticas aos adversários locais, mesmo assim, com o olhar voltado para as eleições municipais de 2024, por não saber se o ex-presidente, o principal cabo eleitoral, participará do pleito como réu ou estará preso, assim como se manifestará o “centrão governista”.
Enfim, temos que aguardar para que o quadro apresente nitidez para fazer a fezinha.
Que DEUS e os Orixás nos protejam.
Adelmo Borges
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