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Analfabeto histórico cultural

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Por ocasião das festividades em homenagem ao 2 de julho, questões históricas e culturais entraram na pauta dos debates em razão da participação dos municípios de Dias D’Ávilas, Camaçari, Lauro de Freitas e Simões Filho no fato histórico. Segundo os relatos documental, muitos pesquisados pelo historiador e escritor Diego Copque, na época apenas duas estradas ligavam o recôncavo a cidade do Salvador, entre elas a Estrada Real das Boiadas que foi utilizada pelas tropas durante os confrontos. Assim sendo, não resta duvidas, por questões geográficas, que as tropas, formadas em sua maioria por aldeães, incluem a participação das localidades no fato histórico relevante para a história da Bahia e do Brasil.

A documentação existente, relata a chegada de Tomé de Souza, designado para governador Geral, em 1549, assim como a sequência da formação dos aldeamentos como estratégia de proteção a cidade do Salvador. O primeiro aldeamento foi implantado na atual localidade de Santo Antônio Além do Carmo, sequenciado por outros ao longo do recôncavo norte que incluem Itapuã, Vilas de Abrantes, Jacuípe, Monte Gordo e Praia do Forte.

No século XVI foram edificadas, primeiro no aldeamento de Abrantes e posteriormente em Jacuípe, São Bento de Monte Gordo e na Praia do Forte, cabendo aos jesuítas a implantação das primeiras igrejas do Brasil que, também, se estalavam cemitérios no seu adro.

Sem razões ou por ignorar a importância histórica desses equipamentos, assim como o marco do 2 de julho, que por muito tempo figurou na atual Praça Des. Monte Negro, foram demolidas pelo poder publico e pela igreja católica as igrejas originarias de Jacuípe, Monte Gordo e Praia do Forte, fragilizando o sentimento de pertencimento da população.

Ignorância, estupidez ou insensatez, o fato é que na sequencia se observa atualmente a retirada do nosso convívio marcos como a antiga Câmara de Vereadores do município de Camaçari, o primeiro cineteatro e recentemente a intenção em demolir o sitio histórico do cemitério do adro da igreja de Vilas de Abrantes e desvirtuar a estação de trem do centro da cidade.

Na realidade ao se pesquisar a origem dos executivos e parlamentares que exerceram o poder no município de Camaçari, desde a sua criação a partir de Vilas de Abrantes, nenhum nativo exerceu o comando do governo local, e apenas poucos exerceram a condição de parlamentar. Outro fato que chama a atenção é que nenhum empresário ou comerciante de destaque são nascidos na localidade.

Dai se supor porque nomes relevantes da nossa história não são homenageados com estátuas ou nomes de escolas, postos de saúde, ruas e/ou avenidas para que os munícipes venham a se despertar em conhecer suas histórias de luta e perseverança para construir o município, tão pouco pessoas contemporâneas que muito trabalharam e contribuíram pela promoção e justiça social para com o povo dessa terra.

Um povo que não conhece e não preserva sua história, ignora suas origens e sua identidade.

Que DEUS e os Orixás ilumine nossos governantes e nos protejam.

 

 

Adelmo Borges

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