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Colunista

O Terror parido nas redes sociais 

O fanatismo estimulado nas formas de convencimento à participação nesses grupos de um segmento em formação de caráter ou de personalidade, provoca incredulidade e repulsa

 

O artigo seria sobre as nossas ricas tradições nordestinas, nesta época de outono movimentada pelos preparativos que antecedem os festejos juninos, animada desde já por muitos shows, forrós nas cidades e arrasta-pés na roça. A necessidade de defender a regulamentação das redes sociais urgentemente se impôs ante o grau de violência e difusão de ódio demonstrado por perfis organizados em grupos de  jovens, adolescentes e até crianças recrutados por adultos para a prática de atos terroristas, com requintes antes impensáveis com eles nas execuções de pessoas, bem ao estilo da organização Ku Klus Klan de orientação da extrema-direita nacionalista, protestante reacionária, formada por supremacistas brancos que se dizem "cristãos"  rivais do catolicismo.

A Polícia e o Estado foram rápidos em impedir uma chacina tramada para o show inédito de público de Lady Gaga em Copacabana com mais de 2,1 milhões de fãs. No Sul do Brasil crescem as tentativas de levar a outras regiões do país, através das redes, estes grupos partes de um projeto político maior de intimidação e de colocar como refém da violência sociedades sob regime democrático. Os alvos da violência são indivíduos "diferentes" e instituições que zelam por valores coletivos baseados em princípios  éticos e de respeito aos direitos fundamentais da humanidade.
A Polícia Federal em diversas ocasiões informou ter desbaratado células neonazistas, inclusive armadas, no sul. Identificadas e monitoradas também no Centro-Oeste, cujos fins são perseguir e matar oponentes, gays, grupos LGTBs, "comunistas", mulheres, negros que fujam ao padrão estético, de posicionamentos e de comportamento das indicadas nas suas doutrinas. Sabemos da intrínseca ligação desses com atentados em escolas, bombas plantadas em aeroporto e viaduto, homem-bomba explodindo na Esplanada dos Ministérios.

O fanatismo estimulado nas formas de convencimento à participação nesses grupos de um segmento em formação de caráter ou de personalidade, provoca incredulidade e repulsa. O uso de notícias falsas ao bel-prazer e ao gosto de Steve Bannon, estrategista-chefe de Trump, ou de Joseph Goelbbs, o ministro da Propaganda de Hitler, invadem as redes sociais com notícias falsas reproduzidas em sites da Grande Mídia através de entrevistas e informações passadas por partidos aliados à Extrema-Direita no Congresso Nacional do Toma lá dá Cá, não primando pelos princípios de checagem de veracidade de dados. 

Então entende-se já estar na hora do país de fazermos ajustes,  nas devidas instâncias qualificadas,  na regulação das mídias, efetivando a  regulamentação das plataformas digitais  independente de interesses econômicos em contrário, ou de se alegarem censura e atentado contra a liberdade de expressão.
Não podem persistir nas redes sociais a barbárie estimulada e a fábrica tolerada de Fake New. O desrespeito à dignidade humana, à liberdade de culto e à democracia se faz com o combate ao racismo e aos preconceitos em geral responsáveis pelo número crescente de assassinatos no Brasil. Diversos países membros da União Européia já adotaram uma regulação  das mídias considerada avançada e já as regulamentaram em 2022 com foco na obtenção de segurança, privacidade e combate à desinformação.

Por: Angélica Ferraz, jornalista, ambientalista

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