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A infantilidade octogenária de Caetano Veloso

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Em mensagem anônima no WhatsApp, intitulada "Caetano Veloso pede socorro ao papa por situação na Bahia", o compositor foi alvo de severas críticas quanto a sua posição político-partidária, inclusive quanto à agremiação partidária de sua preferência.

 O pedido de socorro ao Papa Francisco foi oficializado com a entrega de uma carta sobre a situação da Bahia e do Rio de Janeiro diante ao aumento descontrolado do crime organizado. 

Também faço críticas a Caetano, porém sem nenhum viés ideológico, político ou partidário, mas pela sua infantilidade octogenária de pedir socorro a Sua Santidade, o Papa Francisco sobre a situação vexatória que estão submetidos a Bahia e o Rio de Janeiro frente à criminalidade progressiva, situação ocorrente em quase todo território nacional. 

Deixo patente que na condição de democrata, reconheço o livre direito de cada cidadão escolher a agremiação política mais consoante possível com sua formação ideológica. E como católico, também reconheço que o mundo inteiro reza ou ora, independentemente da fé religiosa, para o fim dos problemas ameaçadores da tranquilidade, a exemplo do crime organizado. 

Naturalmente, Sua Santidade para atender o pedido do ilustre compositor Caetano Veloso vai rezar ou orar pedindo a ajuda de nosso sublime Pai Eterno, o Grande Arquiteto do Universo, Deus para interceder em favor da compreensão dos homens na solução da criminalidade. 

A reza ou oração é uma profissão da fé religiosa ou vontade espiritual do ser humano para alcançar uma graça, proteção ou pagamento de uma promessa alcançada. Portanto, lembro a Caetano Veloso que as rezas e orações não possuem poder de polícia civil, militar ou judiciária para conter ou reprimir a criminalidade em qualquer lugar. 

O poder de polícia é competência exclusiva do Executivo, Judiciário e Legislativo para combater ou inibir o crime organizado com ações de inteligência, coercitivas e, em situações extremas o confronto armado com óbitos de policiais, de criminosos e de pessoas inocentes causados por “balas perdidas". 

Em situações de confronto armado, aí sim, vamos orar para proteger a vida policiais, torcendo que mortes só se verifiquem no lado do crime. Segundo o ditado popular "bandido bom é bandido morto". 

Um fato que muito contribuiu para o aumento da criminalidade foi a decisão monocromática do ministro do STF – Fachin. Proibiu a ação policial nos morros cariocas, matriz do crime organizado, durante a pandemia de Covid 19, referendada pelo silêncio dos demais togados do Supremo. 

Seria mais prudente para compositor Caetano liderar um movimento para mudar a narrativa da mídia, sempre assegurando que as “balas perdidas” só provêm do armamento policial, nunca das armas criminosas, lembrando que a missão da força policial é a defesa do patrimônio público, da vida da sociedade e sua própria vida, em situação de confronto. 

Outro fato importante, caberia ao ilustre compositor, ao invés de solicitar ajuda do Papa para proteção dos baianos e cariocas, neste caso, por residir no Rio de Janeiro, deveria associar-se e aplaudir os esforços dos governos estadual e federal para enfrentar e combater frontalmente a criminalidade, inclusive disponibilizando um efetivo da Força Nacional para somar aos esforços do governo estadual. 

Como um profissional de ciências agrárias com a missão de produzir alimentos para o bem da saúde e bem-estar da população, assegurando a sustentabilidade ambiental, considero a vida um direito inalienável que tem sido sempre ceifado nos confrontos armados entre a polícia e o crime organizado, muitas vezes vitimando inocentes. 

A ação policial é de suma e real importância para o retorno da segurança. Criticar e penalizar é desejar que o "status quo" continue, assim, torna-se imprescindível a mudança de narrativa da imprensa falada, escrita e televisada, culpando exclusivamente a ação policial pelas "balas perdidas". 

Finalizo considerando que a atitude de Caetano Veloso perante ao Papa Francisco, não dever ser destacada como heroísmo, devido sua inocuidade para tratar o crime organizado, apenas sugere uma filigrana no sentido figurado.

Paulo Chiacchio: Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia, ex-professor e ex-diretor da Escola de Agronomia Ufba, ocupante de diversos cargos públicos estadual e municipal.

 

Paulo Chiacchio: Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia, ex-professor e ex-diretor da Escola de Agronomia Ufba, ocupante de diversos cargos públicos estadual e municipal.

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