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O dilema

 

Deve-se acreditar que no momento o prefeito Antônio Elinaldo está em buscar analisar o cenário eleitoral e identificar os erros e os acertos da campanha que lhe impôs a frustrante votação obtida pelos candidatos apoiados pela administração municipal. Para o candidato majoritário, José Ronaldo pouco se esperava, assim como para Geraldo Alckmin identificado como de preferência dos democratas.

 

 No entanto no vice-prefeito Eudoro Tude e no deputado federal Paulo Azi se jogava todas às fichas. Tude por já contar com uma base eleitoral própria adquirida em seus quase 30 anos de prática política no município, tendo ocupado por duas vezes a chefia do executivo municipal, por ter sido eleito deputado com majoritária votação no município e por ter recebido o apoio de diversos vereadores da base aliada. Já Paulo Azi, pela divulgação de diversas contribuições à administração em beneficio da população, mas ainda por ter como coordenador de seu pleito a reeleição de deputado federal, na localidade, um vereador de quatro mandatos e bom trânsito no eleitorado.

 

Tude com 17 mil votos num universo de 146 mil eleitores, proporcionalmente às chances de Tude e a estrutura disponível obteve menos votos que a Professora Angélica, recém-chegada na disputa eleitoral e uma estrutura modesta que alcançou 5 mil votos. Paulo Azi alcançou apenas 7 mil votos.
No segundo turno, embora não tenha declarado formalmente seu apoio, Elinaldo assistiu seus seguidores optarem por Jair Bolsonaro que tinha sido derrotado por Fernando Haddad no primeiro turno e ampliou sua votação em Camaçari no segundo turno. Não foi a eleição que Elinaldo, sua equipe de colaboradores e simpatizantes esperavam.


Uma coisa é fato. A decisão democrática coletiva é inquestionável. Obtiveram a preferência do eleitorado aqueles que se apresentaram com propostas nas próximas dos anseios da população. Também não é hora para lamentações e busca de culpados. O voto é o reflexo do acumulo das ações políticas e da capacidade de repassar isso à sociedade. O que tem de concreto é que os candidatos apresentados pela administração não incorporaram o desejo coletivo e/ou os feitos da administração não responderam às prioridades do eleitorado. Mais ainda, talvez a comunicação da prefeitura não obteve êxito na intenção de estabelecer a aproximação da administração com o eleitorado.


Resta reconhecer o fracasso e buscar corrigir os mecanismos de programação das ações e intervenções municipais assim como examinar o método de divulgação dos feitos de maneira a permitir o julgamento da sociedade.


Mexer na equipe tem sido a clássica efetividade dos dirigentes após uma eleição – principalmente quando fracassada - visando novos embate. Os compromissos que determinaram a presença de técnicos desconhecidos da população em cargos chaves da administração pode ter sido um equívoco ou mau conduzido. O excessivo controle dos gastos penalizando os servidores tem que ser aprofundado e revisto. O relacionamento com a base aliada onde se verificou a preferência por candidatos próprios – fora da orientação do prefeito – por parte da maioria dos vereadores e entre os que lhes garantiram a vitória em 2016 é, também, uma questão sensível que deve ser apreciada.


Caminhar pelo caminho da perseguição, retaliações e coisas do gênero pode levar a um desastre. A recomposição do corpo administrativo e/ou a troca ou remanejamento de alguns dirigentes sugere um debate coletivo da equipe e agentes políticos para não aprofundar as distancias e as discordâncias.
Fica o dilema.


Adelmo Borges

 

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