O Portal entrevistou o cantor de camaçari, Guilherme Augusto, ou somente Guerra, líder da banda de pagode União do Guetto, que em 31 de outubro vai completar 15 anos de fundação. O grupo, que iniciou os ensaios na Escola Municipal Tancredo Neves, em Jauá, tem uma trajetória de luta e de superação no mercado musical.
“Iniciei ajudando como segunda voz a banda através de Gilvan, Rafael, Bob, pessoas que ainda fazem parte do grupo, e que me deixaram na função de assumir, dirigir e hoje estar representando não somente a comunidade de Jauá, mas de toda Camaçari e a Bahia, por meio da música”, destacou o vocalista.
Guerra lembra que o início foi muito difícil por conta da falta de estrutura, de empresário, e que é ainda um desafio viver de música. “Com recurso próprio tudo é mais difícil, a luta é grande porque temos que pedir oportunidades pra fazer parte dos eventos. Eu lembro que em 2011 nos apresentamos pela primeira vez na Lavagem de Jauá. E tudo com muito esforço mesmo, porque a gente queria mostrar que em Jauá tinha pessoas comprometidas com a música e que poderiam representar no cenário. Então, pra se manter, pra estar na música, e fazer música em Camaçari é muito difícil. A maior força mesmo vem de Deus e do povo, daquelas pessoas que curtem o trabalho”, ressaltou.
Sobre a desvalorização dos cachês pagos as bandas locais, Guilherme pontua que assim como outras profissionais, era preciso ter um teto, dentro outros critérios. “Por exemplo, se você é um engenheiro, tem um piso salarial. Mas, de acordo com o tempo de serviço, a experiência que você já vem executando na atividade, as oportunidades de trabalho são melhores. Acho que teria que ter uma análise de quanto tempo a banda tem no mercado, quantas lavagens ela já tocou, qual o trabalho, ou seja, meritocracia para que a banda entre em um patamar e ela tenha um valor determinado. Então, é a questão de buscar de forma minuciosa realmente é o que é que ele tem e o que é que ele já contribuiu para a cultura do município”, pontuou.
Advogado de formação, Guerra deseja seguir com suas duas paixões. “Continuar com a música é um sonho meu, mas quero continuar o sonho do meu pai, da minha mãe também, porque eles sempre disseram ‘primeiro você se forma, depois você escolhe o que você quiser ser’. Hoje, é um conselho que eu dou até aos jovens, que tenham o plano A para seguir, mas tenham um plano B também. Porque o estudo, o conhecimento, ele vai abrir novas portas. Então acredite que a música é um sonho meu, mas a advocacia é algo que veio depois com base no estudo, para que eu possa também ter uma fonte de renda e através dela investir na minha própria música”, afirmou.
A banda de pagode também tem um cunho social, através do Bloco do Guetto, que desfila há 11 anos em Jauá e que nos últimos anos têm trazido debates importantes como tema do abadá como preconceito racial, direitos das pessoas com Transtornos do Espectro Autista (TEA), dentre outros. Para mais informações é só seguir o perfil no Instagram @uniãodoguetooficial, ou pelo telefone (71) 99225-2613.
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