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História de Abrantes é tema de documentário apresentando no CEVA por estudantes

 

Com direito a pipoca e telão, um grupo de alunos do Colégio Estadual de Vila de Abrantes (CEVA), apresentaram no auditório da escola nesta sexta-feira (29/11), um documentário chamado “Pelas Ruas de Abrantes”, onde os estudantes buscam informações, através de depoimentos, sobre a história do distrito. A iniciativa faz parte da Mostra Anual de Cinema, que integra o Programa Imagens em Movimento (PIM), um projeto da ONG Raiar, em parceria com o Coletivo Fora da Caixa de Camaçari.

Pelo quarto ano o município participa do PIM, como conta o gestor cultural, Júnior Clemente. “Eles participaram de um curso de aproximadamente três meses, e no final os alunos gravaram um filme, onde eles executaram o que aprenderam em sala de aula. A Mostra que acontece no final do ano tem o objetivo deles apresentarem o que produziram. No filme eles investigaram o que a população conhece sobre a história de Vila de Abrantes, e mostra que muita gente não sabe da história, e é uma coisa que tenho trabalhado muito sobre identidade e pertencimento do lugar”, disse.

O orientador do projeto, Leon Sampaio, destacou que a ideia do PIM é instrumentalizar crianças e jovens com aulas de cinema. “Queremos formar um repertório cinematográfico, para que eles saibam um pouco mais sobre o cinema. Apesar de ter sido um semestre um pouco conturbado por causa do período eleitoral, deu certo e a gente teve uma turma predominantemente de meninas. Esse ano a regra do jogo consistiu em filmar o outro, com uma proposta mais documental, tudo decidido de forma coletiva, porque o processo é fazer com elas se sintam preparadas para tomar decisões, realizando o filme, a filmagem, os enquadramentos, captação de som e roteiro. Ao final o filme virou investigativo sobre a história de Abrantes”, destacou.

Integrante do documentário, a estudante Letícia Pitanga, 17 anos, falou ao Portal sobre a experiência. “Agregou muito na minha vivência como estudante, tive a oportunidade de aprender sobre a história de Abrantes, sobre o que a população sabe dessa história, que para muitos é muito vaga, como o fato dos Jesuítas ter catequizado os índios, as pessoas sabem de uma versão mais europeia, e as pessoas não propagam a história daqui. Então, é muito importante a gente instigar as pessoas a buscarem o conhecimento sobre a real história de Abrantes, sobre onde vivem”, relatou.

Mestre Grandão, da Associação de Capoeira Engenho, participou junto com o filho do documentário. “Contamos um pouco sobre a história da capoeira, sobre o que sabemos da história de Vila de Abrantes. E hoje vim aqui prestigiar essa juventude que está antenada na cultura, na produção. Confesso que fiquei muito feliz em participar como personagem e também com o resultado do trabalho apresentado aqui”, exaltou.

O documentário foi elogiado por diversos estudantes, como Adriele Rosa. “Eu sou quilombola de Terra Maior, e é muito bom ver um trabalho com esse tema, porque poucas pessoas conhecem a história de Abrantes, não sabem onde fica a Cordoaria, onde fica o meu quilombo, por exemplo. Então quando a gente ver um documentário sobre, é muito gratificante assistir. O sentimento é de felicidade por saber que nossas origens estão sendo divulgadas e valorizadas”, salientou.

A presidente do Grêmio Estudantil do Ceva, Mirela de Moraes, também marcou presença e avaliou o trabalho como “incrível”. “É tão importante falar sobre a história de Vila de Abrantes. Muitos alunos nasceram aqui e não conhecem a história desse lugar. É importante que a gente tenha esse conhecimento para que possamos repassar, porque quem passou no documentário não sobre explicar, e provavelmente essa pessoa não ouviu alguém falar sobre essa fonte de conhecimento, e muitos pela rotina, pelo trabalho, não param para conhecer a história do local onde residem. Espero que tenham mais vídeos como esse, que mais alunos se interessem por esse tema. As pessoas precisam ter o sentimento de pertencimento, e para isso, elas precisam saber da história”, concluiu.

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