Um mercado sem consciência
“Um sorriso negro
Um abraço negro
Traz felicidade
Negro sem emprego
Fica sem sossego
Negro é a raiz de liberdade”
Começo a escrita desta coluna, neste dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, com o trecho dessa composição de Edilson Barbado, Jair Carvalho, Jorge Portela e Mario Lago falando um pouco da situação do negro no mercado de trabalho.
Um estudo recente da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) mostrou que o negro começa a trabalhar antes daqueles que não se consideram negros e só param depois.
O levantamento ainda apontou que o rendimento médio por hora trabalhada do negro é apenas 52,3% se comparado a aqueles que não se consideram negros. Não é novidade que temos um mercado de trabalho desigual, e tomado por diversos preconceitos, em especial o racial.
Esse preconceito ainda é maior no caso das mulheres negras, quem além de descriminadas por serem negras ainda são descriminadas por serem mulheres e estarem ocupando postos de trabalho em posições historicamente ocupadas por homens.
A questão é: Até quando vamos permitir a proliferação desse preconceito?
Até quando vamos ligar a TV e vê o (a) negro (a) fazendo o papel de empregado (a) da casa, ou sempre quando protagonista sendo a pobre que conhece o homem branco e rico e luta pela construção de um amor.
Até quando vamos olhar para as comunidades mais pobres e ver milhares de jovens negros perderem suas vidas brutalmente porque o único “trabalho” que conheceram foi o tráfico de drogas.
Mais do que dentro e fora do mercado de trabalho o preconceito está presente no nosso cotidiano e a cada dia que passa precisamos construir espaços de igualdade, onde nós negros possamos ser valorizados pela nossa historia, o nosso trabalho, a nossa trajetória, nossa competência independente da nossa cor.
“Negro é uma cor de respeito
Negro é inspiração
Negro é silêncio é luto
Negro é a solidão
Negro que já foi escravo
Negro é a voz da verdade”
Negro é destino é amor
Negro também é saudade”
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