O professor, historiador e pesquisador da história da Bahia, Diego Copque, lançou dia 09 de agosto na Flipelô 2025, em Salvador, o seu terceiro livro que traz como título: “De Benedicta & Tibério à Mãe Stella de Oxóssi: a vida em tempo de viver (1850-2015)”. O Portal conversou com o escritor sobre essa nova obra que aborda a escravidão, luta e superação dos negros, em meados do século IXX.
“O livro conta a história da trajetória dos antepassados africanos de Mãe Stella de Oxóssi, os seus bisavós Benedita e Tibério. Eles foram escravizados no continente Africano, trazidos da África em contextos parecidos, mas com histórias distintas. Benedicta torna-se ganhadeira, escravizada por uma família de um comerciante maltês, casado com uma italiana. E mais pra frente ela consegue com seu trabalho, amealhar recursos para comprar sua alforria e dos filhos que ela havia gerado com Tibério, que também foi escravizado por uma família importante da Bahia, a Rodrigues Viana. Ele também trabalhou como ganhador, participou da primeira greve do Brasil que foi a dos escravizados ganhadores em 1857”, contou.
Copque relata que no início do século XX, a família de Maria Stella de Azevedo Santos, ou melhor, Mãe Stella de Oxóssi, era de classe média, o que a possibilitou estudar em colégios conceituados da época. “Ainda criança estudou francês e yoruba, e ainda tinha aulas de piano. Foi cursar enfermagem porque seu primo mais velho tinha cursado medicina em Salvador, na década de 1940. Então, inspirada na luta e superação dos seus antepassados, e principalmente na trajetória de seu primo Oswaldo Fernandes, é que temos essa história de resistência, e para além de tudo isso, cobrarmos uma reparação ao colocar essas histórias nas escolas”, pontuou.
Natural de Salvador, mas morador de Camaçari há 42 anos, Diego Copque, que é também poeta e compositor letrista, já tem mais dois livros sendo produzidos, no entanto salienta, que falta apoio institucional. “Um deles inclusive conta a história do processo histórico do município de Camaçari, pois nós já trabalhamos do início do século XVI ao século XX, e agora vamos trabalhar com meados do século XX ao XXI. Temos apoio de um público que consome o nosso trabalho de pesquisa autoral, mas não temos o institucional. Faltam políticas públicas voltadas para atender as demandas de pesquisadores e historiadores como um todo, nós estamos muito aquém. Há alguns aspectos de algumas leis especificas, como Aldir Blanc e a Paulo Gustavo, que consegue contemplar em um dado momento, a classe artística e fazedores de cultura, mas não é o suficiente. Nós precisamos efetivamente de apoio”, declarou.
Para conhecer e comprar as obras de Diego Copque, é só entrar em contato pelo telefone (71) 99396-5422.
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