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Ambientalista Ana Maria Mandim pede direito de resposta ao Portal, e pontua na oportunidade a sua preocupação em relação ao PDDU e o COMAM

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Por ter sido citada em uma entrevista concedida ao Portal, pelo presidente do Conselho de Meio Ambiente de Camaçari, Joel Pereira, a jornalista, ambientalista e conselheira do COMAM, Ana Maria Mandim, pediu direito de resposta ao site. Vale salientar que ambas as matérias não tem como objetivo gerar desgaste ou mal-estar entre os envolvidos, e sim um diálogo diplomático e esclarecedor.

Na matéria em questão, o atual presidente do Conselho, Joel Pereira, disse que o COMAM hoje é “uma corda enfraquecida”, frase contestada por Ana Maria Mandim. A ambientalista pontuou inclusive que está agendado para a próxima terça-feira (02/04), uma reunião entre a entidade, organismos de segurança e de fiscalização. “Então como é que uma organização enfraquecida estaria fazendo isso?”, questionou.

Ana Maria afirmou ainda que o COMAM não está engessado, que não existe gargalos, nem obstáculos. “Aqui as pessoas se reúnem e decidem. O Conselho está funcionando normalmente, e as pautas estão sendo discutidas e aprovadas. Eu discordo da forma que foram encaminhadas as mudanças feitas no COMAM, no Código do Meio Ambiente. O COMAM foi privado das suas principais atribuições, e eu fiz um estudo comparativo das leis. A lei de origem, a lei de criação do COMAM, que é de 2008, e a lei publicada agora com erros de digitação, que foram corrigidos. Agora, a única, a última atribuição importante do COMAM, que é a estabelecer as diretrizes para aplicação do seu fundo, ela também corre o risco de desaparecer, e isso que ficou patente na última reunião que houve do COMAM, antes de ontem. O Joel não esteve presente porque passou mal, teve um problema. A secretária Andréia Montenegro estava lá e houve discordância em relação à questão das diretrizes”, explicou.

Ainda sobre a fala do presidente do COMAM, Ana Maria menciona que “pano de fundo de toda essa discussão”, é formado pelo PDDU, o COMAM e o Fundo Municipal de Meio Ambiente. “Eu formulei diversas críticas ao Plano, com relação ao COMAM, porque o Código de Meio Ambiente tirou todas as atribuições importantes do COMAM. E o que está realmente pegando agora, é a destinação do Fundo Municipal de Meio Ambiente. A Sedur já protocolou na Receita Federal o pedido do CNPJ do COMAM, porque a conta ficará em nome do Conselho, mas é necessário estabelecer diretrizes para o gasto desses recursos, e nós do COMAM vamos exercer o direito de estabelecer essas diretrizes. Eu fiz propostas, mas não sei se serão aceitas, e acho que elas podem ser estabelecidas em comum acordo, entre o COMAM e a Sedur, mas é necessário que o Conselho seja ouvido. O COMAM não vai baixar a cabeça assim, em simplesmente não opinar. O fundo existe há muito tempo para custear a política de meio ambiente, e querem tirar do COMAM a autonomia de indicar as diretrizes de aplicação desse fundo”, ressaltou.

Ana Maria salienta que fez propostas em relação as diretrizes e apresentou ao Conselho. "Os conselheiros vão examinar e vão chegar a uma conclusão, mas o COMAM não pode ser alijado, e isso existe na lei, está estabelecido, inclusive na nova lei. Até porque dentro do Conselho tem representantes da sociedade, do governo e da cidade. E eu considero o pessoal de governo como comunidade, porque no final eles são da comunidade. Então, estou lutando para que o COMAM não seja despojado da sua última atribuição importante, na minha opinião, que é realmente a definição de diretrizes”.

Sobre a pontuação do presidente em relação ao direito de fala do Conselho nas Audiências de discussão sobre a revisão do PDDU, Ana Maria foi categórica em dizer que não foi ouvida. “Eu comparei a legislação antiga, com o Código de Meio Ambiente para mostrar o que mudou, e mudou para pior para o COMAM, tentei apresentar e não fui ouvida na porção de Audiências que participei. Eu organizei em Jauá um grupo de 20 pessoas para discutir o PDDU, nós levamos as conclusões, mas não pudemos falar porque não havia tempo. Então, eu levo a sério as coisas. Quando eu tomei conhecimento das alterações, eu imprimi e distribui para todos os conselheiros, e é só comparação, não tem nenhuma ponderação minha”.

Mandim também se posicionou em relação a fala de Joel, que ela seria uma pessoa "sofrida", "frustrada e marcada pela inercia do poder público". “Não sou uma pessoa sofrida, sou alto-astral graças a Deus, estou próximo dos 80 anos e não tomo um remédio de uso continuo. Fiz exames recentemente e está tudo bem graças a Deus. E eu sou uma pessoa animada, se não fosse eu não aguentaria passar todo dia pela Via Parque e ver aquilo, caçambas entrando para roubar areia, ver gente descartando lixo, tocando fogo no lixo do desvio, e fico muito chateada. Aquele lixo tem dono e eu vou dizer no momento certo”.

A ambientalista finaliza a entrevista salientando que mesmo com essas questões apresentas, não pretende gerar conflitos dentro do COMAM e nem sair da organização. “Não posso sair, não posso dar thau e boa sorte para quem fica. Eu represento a AVP, fui indicada para estar no COMAM, não posso chegar e jogar tudo para o ar. Eu tenho responsabilidade e vou sair no dia que se encerrar o meu mandato, com a eleição de novos conselheiros. Agora quero registrar a minha estranheza, e por uma questão ética, não se faz isso, não se vai para fora para criticar. Se critica de frente, em uma reunião, no âmbito, no coletivo do COMAM”.

 

Link de matéria relacionada:

https://www.portalabrantes.com.br/noticia/38137-%E2%80%9Cnos-somos-hoje-uma-corda-enfraquecida%E2%80%9D-afirma-presidente-do-comam-joel-pereira

 

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