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Portal alinha reunião entre governo municipal, estudantes universitários e de cursos técnicos da capital

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O Portal tem recebido diversas denúncias e reclamações de estudantes universitários e de cursos técnicos de unidades de ensino localizadas em Salvador, em relação ao serviço prestado pelo transporte universitário que faz o roteiro da orla de Camaçari para a capital. Com o objetivo de tentar resolver questões como atrasos, superlotação, falta de comunicação e qualidade dos veículos, nossa equipe de reportagem foi interlocutora entre o setor responsável do Poder Executivo, representantes da empresa e os alunos, agendado uma reunião entre as partes, realizada na manhã do último sábado (23/03), na Prefeitura Avançada da Orla.

Sem nenhum objetivo de politizar o encontro, e sim buscar resolver os problemas enfrentados pelos estudantes há anos, o Portal esteve presente no encontro e ouviu as demandas da categoria. Os alunos pedem que a empresa cumpra o que determina o decreto, que a Prefeitura Municipal fiscalize e cobre que seja colocado em prática, o que está no documento.

A estudante Lívia Dain, integrante de uma comissão formada antes da pandemia, destacou que os problemas são antigos, mas esse semestre em especial, se agravaram. “Realmente teve uma crescente no número de alunos, mas a quantidade de roteiros continua a mesma. Para não ser injusta, pela manhã sempre tivemos os roteiros 22 que vai para UFBA, e o 22-A que pega a Paralela e Uneb, e nesse semestre para pegar os alunos do IFBA chegou o 22-C. Não tivemos aumento nos roteiros da tarde e nem da noite. Antigamente tínhamos alguns ônibus do noturno, o R-15, R-16 que viraram um só, ou seja, teve diminuição a noite, pegaram um ‘bando’ de roteiros e colocaram em um só. Em geral quase todos os roteiros têm a mesma problemática. Já aconteceu de eu chegar na UFBA 9h30 porque o ônibus quebrou. Tem casos de o ônibus quebrar e o aluno não ser avisado e ficar no ponto em Monte Gorgo, Pojuca, esperando e eles não têm nem como se programar para pagar o transporte e ir para a faculdade, devido à falta de comunicação. Acontece de um motorista entrar e não saber o roteiro, os alunos terem que ensinar. Mas a gente não culpa os motoristas por essas questões, é uma questão estrutural da empresa”, declarou.

O estudante da UFBA, Rodrigo Godinho, morador de Catu de Abrantes, pontua que a fiscalização existente é para os alunos e não para a empresa prestadora de serviço. “No dia que o ônibus quebra, para quem a gente liga? Nós estudantes IFBA e UFBA já vínhamos tendo problema com atraso, mas como é só um roteiro, a gente não criava muito burburinho. Marcamos até algumas reuniões, na primeira conseguimos resolver parcialmente durante um tempo, mas no semestre seguinte bagunçou tudo. Só que agora os veículos estão quebrando seguidamente, não são apenas com estudantes do IFBA e UFBA, e todo mundo começou a sentir o que a gente sentia com frequência. Para se ter uma ideia a nossa aula começa às 18h30, e o mais cedo que a gente conseguia chegar no semestre passado era 19h, o normal era 19h30 ou 20h. No decreto tem lá que a gente não pode perder metade das matérias em um semestre, mas como eu consigo passar em uma matéria que eu só chego no final da segunda aula? Como faço uma boa prova se eu não assisti o conteúdo?”, questionou.

Pai de estudante e também usuário do serviço, o senhor Valter exaltou que é preciso um “protocolo emergencial”. “Por exemplo, um ônibus quebra, não existe um plano B. O fiscal da Prefeitura é simplesmente inerte a toda a situação, ele não faz absolutamente nada, só acompanha a situação. Não quero crucificar ninguém, mas se quebra um ônibus e tem um protocolo de emergência, qual a ação deve ser tomada e não ser pensada naquele momento. Se temos ônibus sucateados, com problemas de contratação, quarteirização de profissional, temos que ter um plano B para tudo isso. E cabe a Prefeitura, através da Sesp criar protocolos para que se tenha de imediato uma resolução. Em 20 minutos pode mudar muita coisa no trânsito. Estamos aqui não para protestar e sim para construir”, concluiu.

Dentre os diversos relatos, muitos alunos ressaltam que já perderam matérias no semestre por não conseguir chegar no horário, já que os atrasos são diários, como conta a estudante do IFBA do Barbalho, Angélica Oliveira. “O roteiro deveria sair daqui às 17h40, mas saí daqui 18h, 18h15, eu nunca consigo chegar no horário certo. Mas esse semestre está ainda pior, já aconteceu de eu chegar 20h e perder os dois primeiros horários, e só assistir as duas últimas aulas. Não tem condições de um aluno passar de semestre assim”, desabafou.

Moradora do Fradinho, em Abrantes, a também estudante da UFBA, Maria de Souza Lima, saiu da reunião sem muitas expectavas de resolução dos problemas. “Pra mim a reunião acabou se procedendo sem organização, eu consegui colher algumas informações para que a gente possa pensar em uma solução mais efetiva, porque precisamos entender o posicionamento do órgão, a quem a gente tem que reportar. Eu acho que essa questão de fazer o itinerário dos motoristas, um mapa, ter a comunicação por e-mail com os estudantes dessas mudanças, publicizar o contrato, o decreto, nós só sabemos porque fomos atrás. Acho que a gente precisa entender o funcionamento para de fato ser mais assertivo, e que a gente chegue a um acordo, porque sabemos que não dar para atender todo mundo”, disse.

Após ouvir os estudantes, os representantes da Prefeitura e da empresa justificaram algumas questões, assim como se comprometeram a atender de imediato algumas demandas. O Portal vai continuar acompanhando a pauta de perto.

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