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Câmara de Camaçari celebra Dia da Luta Antimanicomial e destaca trabalho desenvolvido pelos CAPS do município

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O Dia Nacional e Municipal da Luta Antimanicomial, celebrado oficialmente em 18 de maio, foi tema de uma Sessão Especial, realizada na Câmara de Vereadores de Camaçari, na manhã desta segunda-feira (12/06). Palestras, depoimentos e apresentações musicais marcaram a atividade, que contou com a participação de representantes de entidades, usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade e seus familiares.

O proponente da Sessão foi o vereador Gilvan Souza (PSDB), que em entrevista destacou a importância da Casa Legislativa realizar a atividade, onde estão envolvidos representantes de todas as políticas transversalizadas, através das secretárias municipais. “Nosso objetivo é direcionar um fluxo de políticas públicas que fortaleça o atendimento nos CAPS de nossa cidade, por onde já passaram mais de 12 mil usuários e muitos deles hoje desenvolvem suas atividades normalmente, voltado a rotina de mãe, pai, ocupando espaço no mercado de trabalho, voltando a sala de aula. Então os CAPS hoje têm uma equipe de referência, agora precisamos discutir as condições de trabalho nas estruturas, para que tenhamos unidades no padrão que determina o Ministério de Saúde”, salientou.

A coordenadora de Saúde Mental de Camaçari, Márcia Cosme, em sua fala, pontuou que a Luta Antimanicomial tem como papel reforçar a necessidade de cuidar das pessoas com algum tipo de transtorno mental em liberdade, nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). “Manicômios nunca mais, exclusão nunca mais, seja qual for o diagnóstico no que se refere ao transtorno mental, a pessoas precisam ser cuidadas em CAPS. Em nosso município temos quatro, o CAPS AD, o CAPS II, o III e o CAPS i, que são compostos por uma equipe multiprofissional, onde nós temos terapeuta ocupacional, assistente social, psicólogo, enfermeiro, psiquiatra, acupunturista, musicoterapia, para dar conta da complexidade da pessoa humana”, exaltou.

Um dos palestrantes da atividade foi o vereador licenciado e atual secretário de Saúde, Dr. Elias Natan, que na oportunidade ressaltou que a principal finalidade da Sessão, em sua opinião, foi conscientizar a população sobre a Luta Antimanicomial. “É importante que todos saibam sobre o direito que esses usuários têm, e que muitas vezes não é respeitado. Aqui tivemos a oportunidade de apresentar a nossa rede e o que temos feito em relação ao atendimento. Demonstrar também que em virtude da Covid, houve um acréscimo, um aumento de pessoas que dependiam e precisavam da nossa assistência psicossocial, e trouxemos também as dificuldades que encontramos na estrutura de algumas unidades, que infelizmente nós herdamos. Por exemplo, temos feito intervenções no CAPS de Abrantes, mas por conta do período de chuva, invariavelmente, enfrentamos algumas dificuldades”, disse o gestor.

Para abordar o tema ‘Luta Antiproibicionista’, que é campo de denúncia sobre a proibição do uso das drogas, onde segundo relatórios, essa lógica não produziu saúde para as pessoas, foi convidado o diretor executivo da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, Eduardo Ribeiro. “Ela não impediu que as pessoas continuassem usando substâncias, muito pelo contrário, criou um ambiente de guerra, de sequestro do orçamento público, e uma produção de violências continuadas, muitas delas inclusive dentro dos equipamentos de estado, mas também em nossas comunidades. E as Lutas Antimanicomial e Proibicionista têm muito em comum, a partir da perspectiva da liberdade, da autonomia, da produção de ferramentas e instrumentos de cuidado, junto ao território, a realidade vivida e experimentada por essas pessoas”, explicou.   

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