Nas praias de Porto de Sauipe, em Entre Rios, tem dezenas de pontos de desova de tartarugas marinhas. As demarcações feitas pelo Projeto Tamar, servem para alertar os banhistas sobre a importância de evitar a circulação na região, garantido o processo de incubação e o nascimento dos filhotes.
Nossa equipe de reportagem visitou uma dessas áreas e constatou a interferência humana, por conta da grande quantidade de lixo encontrada nas areias, trazidas pelo mar, descartada de forma ilegal por banhistas. Os filhotes ao nascerem, seguem imediatamente para o alto mar, e se deparam com plásticos (450 anos para se decompor), garrafas de vidro (1.000.000 de anos - um milhão), e outros itens, deixados pela ocupação desordenada do litoral.
Em cada marcação, tem cerca de 100 a 150 ovos, e a cada mil filhotes que nascem, uma média de cinco chegam a vida adulta (20 e 30 anos). De acordo com o Projeto Tamar, além da ameaça natural, doenças e enfermidades, o homem é responsável pela caça e coleta de ovos, captura acidental na pesca, sombreamento, iluminação artificial/fotopoluição, trânsito de veículos e poluição.
Entre março e setembro, período mais quente do ano no litoral brasileiro, acontece a desova de algumas espécies. Muitas dessas tartarugas que vão nascer em Porto de Sauipe, vão migrar para outros oceanos e depois de décadas vão retornar para desovar.
A educadora Eliane Leão ficou encantada com o número de demarcações em Porto, e ao mesmo tempo preocupada com a quantidade de lixo encontrada. “Só comprova que a natureza está sendo reconstituída, recomposta, e de onde eles saíram eles retornaram. Só nos resta refletir o quanto nós podemos fazer a mais sobre esse cuidado. Precisamos cuidar das tartarugas não jogando lixo na praia, aqui encontrei vários sacos plásticos que demoram anos para se decompor. Então devemos mudar os nossos hábitos e recolher os nossos lixos. Educação ambiental não se aprende só na escola”, exaltou.
O Portal tem buscado chamar a atenção dos banhistas para a importância de preservar o meio ambiente, da necessidade da mudança de hábito, de conscientização sobre os danos causados a natureza e sobre a interferência do homem no ciclo natural de vida dos animais.
Comentários (0)
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Comentar