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Durante a abertura dos trabalhos legislativos do 2º semestre de 2022, na Câmara Municipal de Camaçari, um grupo de mulheres se manifestou contra o vereador Dentinho do Sindicato (PT), ao edis assumir a tribuna para defender uma matéria. O protesto foi em apoio a Professora Angélica (PP), que acusa o parlamentar petista de ter cometido assédio moral, sexual, racismo e chantagem, durante sessões e em outros momentos, na Casa Legislativa.

Aos gritos, as manifestantes chamaram o parlamentar de machista, e deixaram o plenário em meio ao seu discurso, continuando o protesto na recepção da Câmara. “Nós queremos uma resposta. Uma mulher negra foi ofendida e estamos esperando uma posição da presidência. Nós mulheres não vamos deixar a Professora Angélica sozinha. Não aos machistas”, exaltou a integrante do grupo, Janete Santos.

O Portal entrevistou o vereador Dentinho do Sindicato para saber a sua versão dos fatos e o como ele estava vendo a manifestação. Na oportunidade o parlamentar pontuou que tem 25 anos no movimento sindical defendendo pautas a favor das mulheres, contra o assédio moral, sexual e o racismo, além de mais de 20 anos na política e que "ninguém nunca viu nenhum relato” que ele tenha cometido qualquer um desses crimes.

Sobre o fato de ter solicitado a mudança de cadeira da colega de parlamento, o petista ressaltou que “historicamente o lado esquerdo do plenário sempre foi da oposição”, e que aconteceu um discussão após pedir que a Professora Angélica se retirasse [pelo fato de estar agora apoiando o governo municipal após seu partido romper com o PT]. “Essa questão do lado é um acordo de cavaleiros, desde quando eu cheguei aqui, desde a época de Elinaldo, então o meu debate é extremamente político, mas o caso foi parar na justiça, a justiça vai apurar tudo, e a verdade vai aparecer. Quem acusa tem que provar”, disse.

O vereador Dentinho ainda deixou uma mensagem de agradecimento pelo apoio que tem recebido. “Eu sou pai, sou filho, sou marido, sou amigo e filho dessa cidade. Quero agradecer a todas as pessoas de Camaçari que estão me ligando, sendo solidárias comigo, porque a tentativa de desfazer da minha imagem não funcionou, eu estou bem, as pessoas que me conhecem, que sabem a minha história estão me abraçando nas ruas. Foi um pensamento equivocado que colocaram na rua, se eu realmente tivesse feito alguma coisa eu pediria desculpas, não tenho problema com isso, mas não errei e nem assediei ninguém”, finalizou.

Emocionada, a vereadora Professora Angélica disse “que relembrou tudo que passou” ao rever o vereador Dentinho do Sindicato. “Foram várias coisas que passei, foi a chantagem do cheque, os comentários sobre os meus decotes, por último aquele assédio passando o braço em minha cintura e chegando nas minhas pernas, e no final me chamou de neguinha de cabelo de fios. Então voltei ao tema ao homenagear os negros, afrodescendentes, e que passam por isso no dia a dia, mas a gente não imagina que vamos passar em uma Casa Legislativa e que é do povo. A gente vive em uma farsa, no Brasil para chegar onde chegamos nós sofremos muito, e o que mais me preocupa é que eu tenho uma voz e passo por isso, imagine as mulheres negras e que não têm voz passam. Então fiquei muito alegre em ver essas mulheres aí sim, não vou negar, me senti valorizada e que mais mulheres acordem”.