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Dois Projetos de Lei (PL) de autoria do Executivo Municipal em Camaçari foram aprovados em sessões extraordinárias, realizadas de forma virtual, na manhã desta quarta-feira (05/01). Após muitos debates sobre o formato remoto da reunião e por conta dos assuntos das matérias em pauta, os quatro vereadores de oposição abandonaram a atividade e não participaram da votação.

Foram três sessões extraordinárias para apreciação de projetos de lei em Regime de Urgência, onde um deles debateu além da criação de mais de 400 novos cargos comissionados, o retorno da Secretaria Municipal da Mulher (SEMU). A pasta será comandada pela vereadora Fafá de Senhorinho (DEM) que vai se licenciar da Casa Legislativa.

Os vereadores de oposição acusam o governo de criar novos cargos para beneficiar seus candidatos na próxima eleição para presidente e governo do estado. Os edis de situação no entanto, defenderam que as vagas são para atender muitas pessoas que ficaram desempregadas no município em função do fechamento da Ford e devido a pandemia da Covid-19.

Antes do início da sessão, em uma reunião interna entre os parlamentares, muita troca de acusações sobre a quebra do Regimento Interno. Os vereadores do Partido dos Trabalhadores (PT) Dentinho do Sindicato e Tagner defenderam até o último momento que as sessões deveriam ser realizadas em plenário e participaram da reunião dentro da sala da segurança. “Se todos estão em Camaçari, a sessão deveria ser no plenário. Presidente o senhor leva a chave do plenário para casa? O plenário é nosso lugar de trabalho e nós queremos entrar”, disse Tagner.

Apesar do insistente debate sobre o formato da sessão, ela aconteceu de forma virtual. Antes do seu início, foi concedida a fala a uma servidora concursada do executivo, que tratou sobre PL que visa reestruturar “a gratificação de produtividade fiscal dos cargos do quadro permanente da Secretaria da Fazenda, instituindo o prêmio de desempenho fazendário”. Nem todos os cargos da pasta serão contemplados pelo projeto e a servidora foi justamente pedir que outros trabalhadores tivessem também seus salários corrigidos. 

Os vereadores de oposição pediram para que a matéria fosse retirada de pauta para um debate mais amplo sobre o tema e a possibilidade de contemplar também esses servidores. O presidente da Câmara Júnior Borges e os parlamentares da base defenderam que a reparação do salário de parte dos servidores era algo “histórico” e que não podia esperar mais. As duas matérias foram aprovadas por unanimidade dos vereadores presentes, deixando em aberto a possibilidade de debater mais sobre o assunto.

Os quatros vereadores de oposição pediram a fala, destacaram que não aceitavam o que estava acontecendo e saíram da sessão virtual. Na porta da Câmara externaram as suas indignações. Os parlamentares que permaneceram parabenizaram Fafá de Senhorinho pelo novo desafio e pontuaram que estavam recebendo mensagens de agradecimento de servidores pela aprovação dos projetos.