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Mulheres se destacam na indústria e alcançam cargos de liderança

Púbico feminino aproveita as oportunidades do mercado de trabalho para alcançar cargos de liderança

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 Imagem ilustrativa

 

De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais – RAIS, do Ministério da Economia, entre 2008 e 2018, na Bahia, o público feminino com emprego formal cresceu 25,1%, enquanto os homens elevaram o perfil em 18,8%. O aumento de mulheres com carteira assinada também refletiu em cargos de liderança, que estão cada vez mais frequentes nas grandes empresas. Daiana Lima tem formação técnica em Química, bacharel em Economia e pós-graduada em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Produtivas. Juliana Muniz é formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Gestão de Pessoas. Narana Trolin é formada em Engenharia Química, possui experiência com vendas e projetos de fábricas de celulose, e atualmente é gerente na área de Utilidades.  O que elas têm em comum? São mulheres que trabalham no setor industrial e líderes em suas áreas de atuação.

Para Daiana, que iniciou a sua carreira no setor industrial há 26 anos, e adquiriu ao longo do tempo experiência com gestão de custos, pessoas e planejamento, a mulher que deseja entrar neste segmento deve passar por um processo de aprendizado, sem pular etapas. “Tudo que aprendi foi na prática, compartilhando minhas inquietudes e fraquezas, aprendendo com quem faz, com a voz da experiência. Procure ler bastante, estudar, estar atualizado e, acima de tudo, se dedicar, vestir a camisa”, enumera a gerente de Qualidade, Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Cetrel, empresa responsável pelo tratamento, disposição final dos efluentes, resíduos industriais, bem como pelo monitoramento ambiental em áreas de influência de complexos industriais. Ela, que está na Cetrel há dois anos, ressalta que sempre teve a sorte de trabalhar em empresas que valorizam a liderança feminina. “No meu time tem 11 mulheres e sete homens”, complementa.

Com experiência no mercado internacional, Narana escolheu o segmento industrial quando tinha entre 16 e 17 anos. “Na época da escola fui fazer uma visita a uma indústria química e me encantei. Ali eu comecei a pensar, quero ser engenheira e trabalhar na indústria também. Tive certeza que era o que realmente eu queria fazer e tive boas oportunidades em trabalhar em grandes empresas. Adoro o que faço”, ressalta. Ela, que também já atuou na área de engenharia de processos e produção, hoje lida com turbinas, energia e caldeiras de força, na Bracell, umas das líderes globais em celulose solúvel, com unidades florestais na Bahia e em São Paulo. “Eu sempre fui muito correta, firme na minha posição, na minha postura, sempre baseada em fatos e dados. Eu tiro de letra trabalhar em um ambiente masculino, e gosto bastante”, fala a profissional.  

Quando o assunto é preconceito, Juliana Muniz, gerente de Pessoas e Organização da Cetrel, lembra que o mercado de trabalho está cada vez mais heterogêneo. “As diferenças de gênero vêm sendo encaradas e superadas e, dessa forma, temos visto as mulheres ocuparem posições que, tradicionalmente, eram exercidas pelos homens”, diz. Juliana destaca que o aumento da escolaridade tem impulsionado mudanças culturais importantes e, entre elas, a diversificação da escolha profissional feminina. “Essa diversificação promoveu atuação em novas áreas, surgimento novas profissões e reconhecimento de atividades até então não remuneradas como profissões, inclusive no segmento da indústria. Lugar de mulher é onde ela quiser e é nosso dever buscar fazer disso uma realidade para todas”, fala.

Família

Um dos maiores desafios das profissionais é conciliar a rotina de trabalho com a família. Buscar ajuda entre os próprios parentes e parceiros de trabalho, além de utilizar a tecnologia para minimizar a distância estão entre as alternativas. Divorciada e mãe de duas crianças, Juliana Muniz acredita que o ideal é buscar o equilíbrio entre os dois papéis, mesmo que na prática apresente ocasiões que demandam mais atenção para um determinado lado. “Tenho a sorte e o prazer de ter e ter tido líderes que souberam acolher esses momentos e esse sempre foi o combustível para que eu pudesse estar focada no que era mais importante em cada momento. Em casa o ideal é ter uma estrutura que possibilite essas ausências momentâneas e no meu caso, tenho uma super mãe que me apoia incondicionalmente. Com essa rede, é sucesso garantido”, felicita.

Daiana, casada e com uma filha de 13 anos, aproveitou o surgimento dos aplicativos para matar a saudade dos familiares. “Conciliar o mundo corporativo com a vida pessoal já foi mais difícil. Quando minha filha era menor tive que fazer longas viagens. Conheci países como Alemanha, Bélgica e Estados Unidos, mas no fundo eu sempre trazia comigo que buscar o crescimento profissional é pensando no que posso proporcionar para ela. Estando em casa, estou 100% com ela”, diz. Já Narana é casada com um profissional que também atua na mesma empresa. Em virtude do trabalho, a filha do casal nasceu na Suécia. Para ela, a estrutura familiar ajuda nos momentos de ausência. “Meus pais me ajudam muito com a parte de levar e buscar na escola. E os momentos que eu tenho com ela, intensifico para que ela sinta realmente a minha presença. Não é fácil”, afirma.

   
 

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