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Em Sessão Especial realizada nesta quarta-feira (10/04), os vereadores de Camaçari abriram espaço para discutir a Campanha da Fraternidade 2019, que tem como tema “Fraternidade e Políticas Públicas”. A atividade foi proposta pelo vereador Adalto Santos (Sem Partido) e reuniu representantes da comunidade católica, vereadores e populares.

Para o proponente, o principal objetivo este ano é fomentar o diálogo e trabalhar em conjunto com as diversas camadas da sociedade, com pessoas de diferentes origens culturais e religiosas, para procurar maneiras comuns de promover mais políticas públicas para todos, em especial para os mais vulneráveis. “Talvez o maior desafio seja converter os duros corações da sociedade para que saibam colocar em prática gestos concretos de comunhão e libertação, de justiça para todos, com políticas públicas de inclusão”, declarou.

Um dos palestrantes convidados foi o Padre Otoniel Maia, que lidera os trabalhos na Paróquia Senhora S’Antana, em Camaçari. Ele fez uma breve retrospectiva das etapas pela qual passou a Campanha da Fraternidade e dos temas tratados pela mesma desde a sua origem, com destaque para os voltados para educação e ações sociais. “Todos os temas estiveram e seguem comprometidos com o despertar do senso de justiça social e amor ao próximo”, afirmou. Na oportunidade, Padre Otoniel foi homenageado com o Título de Cidadão de Camaçari, concedido pela Câmara Municipal em reconhecimento aos trabalhos feitos por ele, natural de Minas Gerais, desde a sua chegada em Camaçari, em 2011.

Aspectos mais técnicos do tema trazido à luz pela Igreja Católica foram tratados pelo professor e sociólogo da Universidade Federal de Sergipe, Camilo Antônio Santa Bárbara Junior. Ele destacou que, através da Campanha da Fraternidade, a comunidade católica propõe uma experiência que sai de dentro da instituição para fora, com a troca e o diálogo promovido com os membros da sociedade em geral. Para o professor, o exercício da participação e da cidadania são conceitos trabalhados na campanha. “Isso mostra que a experiência religiosa não está deslocada na experiência política. Quando optamos pela política como forma de relacionamento em todos os aspectos da nossa vida, abdicamos da violência na convivência com o próximo. Assim, vemos a importância de escutar as pessoas”, destacou.

Para o bispo da Diocese de Camaçari, Dom Petrini, uma boa política pública é uma extensão da caridade pregada por Jesus. Para ele, boas políticas públicas não necessitam de grandes estruturas e de grandes investimentos. “Não se trata de construir grandes prédios, ou de fazer grandes movimentos. Mas de permitir que as ações que já são realizadas possam ter condições de dar continuidade ao trabalho feito. No contexto de Camaçari, por exemplo, precisamos de ações para nossos adolescentes e idosos. Diversos grupos, religiosos e da própria sociedade civil, já trabalham com estes segmentos. O poder público pode e deve incentivar essas iniciativas, oferecendo condições para que possam se manter”, pontuou.

O vereador Marcelino (PT) lembrou que cabe aos agentes políticos pensar com responsabilidade a efetivação de políticas públicas que transformem a vida das pessoas. “Quando há omissão nessa tarefa árdua e de grande responsabilidade, quem sofre as consequências é a sociedade. Por isso, é nosso papel ouvir as pessoas, suas demandas e transformar isso em ações resolutivas e que proponham o desenvolvimento”, concluiu.