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Junho Laranja: cirurgião alerta sobre os riscos de queimaduras e como tratá-las 

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Os acidentes com queimaduras costumam ocorrer em diversos contextos, a começar por situações rotineiras como cozinhar, acender churrasqueira e passar roupa. Com a chegada de junho, mês marcado pelos tradicionais festejos de Santo Antônio, São João e São Pedro, cresce ainda a preocupação diante dos episódios gerados pela utilização de fogos de artifício e fogueiras.  

Estima-se que no Brasil, todos os anos, cerca de um milhão de pessoas são vítimas de queimaduras. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, 77% dos casos acontecem em ambientes domésticos – sendo crianças e idosos os mais vulneráveis. As hospitalizações também são frequentes, com registro de 150 mil internações anuais causadas por lesões capazes de afetar a pele, músculos, tendões e ossos.  

Esses números revelam a importância da campanha que visa trazer à tona os riscos e prevenir ocorrências que geralmente são motivados pelo contato com agentes inflamáveis (álcool, gasolina, etanol, querosene, diesel) e líquidos quentes, choques elétricos e fogo. No que diz respeito à última causa citada, o médico e coordenador da área de cirurgia plástica do Hospital Mater Dei Salvador, Carlos Briglia, ainda destaca uma ação altamente perigosa no período de festas juninas: a junção com bebidas alcoólicas.  

"Durante os festejos existe uma maior concentração de fogueiras e pessoas consumindo bebidas alcoólicas nas proximidades. Isso aumenta as chances de acidente, principalmente nas festas de interior. Na maioria das vezes, são eventos que ocorrem por algum tipo de negligência no manuseio de fogos de artifício, o que pode ocasionar mutilações por explosão. Há também descuidos perto das fogueiras, levando a graves queimaduras", afirma.  

Em lesões cutâneas causadas por agentes externos como a combustão de pólvora dos fogos de artifícios, Carlos Briglia explica que o trauma pode ser superficial ou profundo. A depender do tipo, orienta lavar o local com água corrente fria, sem jatos fortes, e cobrir com um curativo ou pano limpo. "O tratamento inicial deve ser apenas a limpeza e proteção do ferimento. Compressas frias e úmidas também podem ajudar. Qualquer outra abordagem fora de uma unidade de atendimento, principalmente os caseiros, pode dificultar a recuperação e até aprofundar uma lesão que seria de fácil cicatrização", adverte.  

Assim como as queimaduras de terceiro grau, que afeta todas as camadas da pele e possui aspecto esbranquiçado, as que resultam de choques elétricos também demandam a ida imediata ao hospital. Isso porque envolve fraturas ou retração de membros, amputações associadas e até a carbonização de diferentes partes do corpo. "A queimadura de alta voltagem é extremamente cruel. Já na de baixa voltagem, mesmo com a tendência de uma lesão pequena, o maior risco é a arritmia cardíaca. Como a corrente pode acarretar problemas mais sérios no coração, o indicado é que o paciente faça o exame de eletrocardiograma logo depois", diz o cirurgião.  

Independentemente da localização, extensão, profundidade e causas, caso necessite de socorro, o indivíduo deve procurar um serviço de saúde. No Mater Dei, fora a estrutura, a equipe está preparada para atender os casos de variada complexidade. "Estamos disponíveis para oferecer agilidade e excelência tanto no pronto-socorro, quanto nas intervenções cirúrgicas", conclui.  

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